Dados oficiais apontam que no ano passado a produção de leite no País retraiu em 0,4%, enquanto a produtividade por vaca cresceu 5,5% em relação a 2014

Em 2015, segundo o IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a produção de leite no País reduziu 0,4%, passando de 35.124.360 mil litros para 35.000.227 mil litros, o que representou uma queda no volume menor em 124 milhões de litros. Isso fez com que quebrasse uma série de crescimento de 22 anos, já que a última redu­ção registrada foi em 1993, quando o volume diminuiu 1,2% do total produzido no ano anterior.

A taxa de crescimento de 1974 a 1980 foi, em média, de 7,9% ao ano, e de 1981 a 1990, foi de 2,7%. Apesar da redução em 1993, a média anual foi superior, de 3,2% de 1991 a 2000. Até 2010, a produção de leite no País aumentou em média 4,5%, e nos anos seguintes, até 2015, o crescimento susten­tou uma média de 2,7%.

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Os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, do IBGE, registraram uma re­dução acentuada no reba­nho de vacas ordenhadas, de 5,5%, passando de 23 milhões de cabeças para 21,7 milhões. Essa redução significa também especiali­zação da atividade, ou seja, pequena redução no volume produzido com 1,28 milhão de cabeças a menos no rebanho. A produtividade média brasileira subiu de 1.525 litros para 1.609 litros/ vaca ordenhada/ano, com crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior.

A diferença percentual do volume de leite, do rebanho produtivo e da produtividade animal de 2015 em relação a 2014 pode ser observada na tabela 1 e na figura 1. A produção aumentou princi­palmente no Nordeste, em 250 milhões de litros. No Sul do País, cresceu apenas 1%, 108 milhões de litros, redu­zindo nas demais regiões.

Já o tamanho do rebanho diminuiu em todas as regiões, sendo que de forma mais acentuada no Nordeste e Sudeste, cerca de 450 mil cabeças em cada uma das duas regiões. A produtividade animal, considerando o ano e não o período de lactação em que todas as vacas são ordenhadas, aumentou em todas as regiões, exce­to no Centro-Oeste onde ocorreu piora de todos os indicadores.

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Maiores produções: MG, PR e RS

Na tabela 2 estão mostradas as produções de leite em 2014 e 2015 para todos os Estados. Obser­va-se que os com maior produção são Minas Ge­rais, responsável por 25,5% do volume total, seguido por Paraná, que assumiu a segunda colocação, com 13,7%, e Rio Grande do Sul, com 13%. Goiás é o quarto colocado, com 3,5 bilhões de litros; e Santa Catarina, com 3 bilhões, ocupa a quinta posição.

São Paulo, Bahia, Per­nambuco, Rondônia e Mato Grosso são os outros es­tados que vêm a seguir. Entre os dez estados com maior volume produzido, os maiores crescimentos de produção ocorreram em Pernambuco (30,2%), Para­ná (2,6%) e Santa Catarina (2,6%). Reduções acontece­ram em Rondônia (13,1%), Goiás (3,9%), Bahia (3,4%) e Minas Gerais (2,4%), onde o volume que deixou de ser produzido foi de 225 milhões de litros em 2015.

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No Centro-Oeste, os estados de Goiás, com taxa negativa de -3,9%, Mato Grosso do Sul, com -1,6%, e o Distrito Federal, com -14,0%, apresentaram re­dução da produção de leite nos últimos anos e o volu­me produzido em 2015 foi menor que em 2012. Dos estados da região, o Mato Grosso é o único onde a produção de leite cresceu, porém com expansão do rebanho de va­cas ordenhadas, que aumentou mais que o volume do leite, refletindo na redução da produtividade por animal.

Nos estados da região Sul, ocor­reu aumento da produção de leite no Paraná, de 119 milhões de litros, e em Santa Catarina, de 76 milhões. No Rio Grande do Sul, a redução foi de 87 mi­lhões de litros. Em todos os estados, se observa aumento da produtividade por vaca, como mostra a figura 2, porém a especialização do rebanho foi maior no Paraná, que passou de 3.122 litros, como média estadual, para 3.967 litros/vaca/ ano. O aumento da produção de leite paranaense tornou o Estado o segundo maior produtor nacional, ultrapassando o Rio Grande do Sul.

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O Índice de Confiança do Consumidor, elaborado pela Fundação Getulio Vargas, registrou um percentual negativo de 9% em 2015, sendo que em abril e em julho deste ano inverteu para um índice positivo de 24%, indicando que o pior da economia brasileira já passou. O consumo de leite e derivados está diretamente relacionado ao desempenho dos indicadores econômicos, mais especificamente, ao poder de compra do consumidor. Por isso, se espera que o consumo de lácteos melhore e a atividade leiteira no País se torne mais forte daqui para frente.

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