Recuperação das margens de preços e custos de produção mais amenos deverão contribuir para a retomada da captação no País, neste ano que está começando


A baixa demanda de importantes países importadores de leite, somada aos baixos preços pagos a produtores no mercado inter¬nacional em 2016, projeta uma previsão de queda na produção mundial neste novo ano. No Brasil, em contrapartida, a tendência é de recuperação, apesar da expectativa de preços menores que os praticados no ano que terminou. A explicação está no reflexo do efeito dos preços ofertados aos produtores brasileiros pelo mercado ao longo de 2016.

Diante de um cenário de recuperação das margens, principalmente a partir de junho último –, o produtor sinaliza uma melhora nas condições de produção e, por consequência, na oferta de leite para o início deste ano que está começando. Conforme dados do Cepea-Centro de Estudos Avançados e Economia Aplicada, de janeiro a novembro de 2016, o preço médio pago ao produtor aumentou 20%, enquanto o custo de produção subiu 12% no mesmo período.

“Com relação a preços, a perspectiva é de que o cenário para o produtor em 2017 opere em patamares menores que os praticados em 2016, contando ainda com menores oscilações ao longo do ano. Desta maneira, o produtor deve se programar melhor, se organizando e controlando custos. Percebemos que o produtor é “responsivo” ao preço recebido. “Melhoras como as ocorridas neste ano refletem em maiores investimentos, por exemplo, na alimentação do rebanho e no uso de tecnologias. Com isso, a resposta vem em leite”, aponta o assessor técnico da CNA¬-Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Thiago Francisco Rodrigues.

Contribui para esta possível retomada de volume a possibilidade de os custos da atividade estarem mais amenos no próximo ano, principalmente em decorrência das quedas esperadas nos preços do é a de se manter estabilizado em R$ 3,36.

Com a moeda nacional neste patamar e com preços internacionais dos produtos lácteos a um valor médio de US$ 3.200 por tonelada, outro cenário que não deve ter relevantes alterações é o da balança comercial. O atual quadro importador do mercado lácteo nacional só irá amenizar se os preços pagos ao produtor estiverem abaixo de R$ 1,29/litro. Acima deste valor, ainda será mais atrativo para as indústrias importarem a matéria-prima, o que afetará o direcionamento da produção ao longo de 2017.

Desta maneira, a recuperação dos preços, tanto os valores ao produtor quanto as cotações dos produtos lácteos, será impulsionada mais por uma queda da oferta do que pela melhora da demanda. Rodrigues alerta que estipular uma perspectiva de preços para 2017 é desafiador, sobretudo, no mercado brasileiro, onde os produtores não atuam na formação de preços e os consumidores fundamentam suas compras no costume, na renda e na praticidade.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 627, de janeiro 2017

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