Um adequado manejo no sistema de irrigação significa economia de água, redução de custos, preservação dos recursos naturais e melhoria da rentabilidade

Por João Antônio dos Santos

A visão de que água é um recurso finito ganhou ênfase após a crise hídrica vivida pelo País há dois anos. Seu uso racional se impõe como a palavra de ordem tanto na cidade como no campo. Enfim, prevaleceu o bordão: sabendo usar, não vai faltar! E isso vale principalmente para a irrigação agrícola, que exige o atendimento de vários fatores para garantir o sucesso de um sistema que prima pelo uso racional de recursos naturais, como solo e a própria água.

Nesse cenário, para o produtor de leite, a irrigação de pastagens é uma prática valiosa para produzir forragem de qualidade na maior parte do ano. Porém, em muitos casos, por não haver o correto manejo do sistema, a eficiência deixa muito a desejar, com desperdício de água, baixo aproveitamento da adubação; comprometimento da fertilidade do solo, da qualidade do lençol freático e dos mananciais de água. Acrescenta¬-se a isso o aumento do custo devido ao maior gasto com energia. Esse é o retrato comum de muitas fazendas leiteiras onde se tem pasto irrigado.

Conforme observa o professor Fernando Campos Mendonça, do departamento de Engenharia de Biossistemas/Esalq-USP, há limitações quanto à eficiência da irrigação devido ao mau uso do sistema, que podem ser corrigidas. “Para isso, é fundamental a conscientização sobre o uso racional da água para que mais gente possa utilizá-la em suas lavouras e também minimizar os problemas ambientais”, observa ele, citando que já nota alguns avanços, principalmente após a recente crise hídrica.

Como a implantação da irrigação representa investimentos, o produtor deve estar disposto a explorar todo o potencial dessa tecnologia. “Para isso, deve contar com técnico especializado e acompanhamento agronômico. Sem esse tipo de apoio, pode cometer erros, comprometendo o desempenho da atividade e o retorno do capital investido”, adverte o engenheiro agrônomo Elir Oliveira, pesquisador do Iapar-Instituto Agronômico do Paraná.

Para Fernando Braz Tangerino Hernandez, engenheiro agrônomo e professor da Área de Hidráulica e Irrigação da Unesp Ilha Solteira-SP, o uso racional da água na irrigação de pastagem se resume numa operação: repor a água perdida na área explorada devido à evapotranspiração da água do solo e da transpiração das plantas. “Pela chuva não se tem controle, mas pela irrigação pode-se adotar procedimentos que ajudam a calcular a reposição necessária”.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 624, de outubro 2016

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