Criadores da raça produzem comprometidos com o meio-ambiente, com o bem-estar animal e com a exploração sustentável  

Por Beth Melo

O Grupo Gir Leiteiro de Pecuária Sustentável, criado no ano passado por alguns criadores, quer garantir a sustentabilidade do negócio com a raça e com a cadeia do leite como um todo. A filosofia de trabalho está alicerçada em cinco requisitos: produção partir de vacas da raça Gir Leiteiro registradas; não utilização de hormônios, nem mesmo ocitocina; leite de propriedades que respeitam o meio ambiente e valorizam o ser humano; criação de gado de forma natural, a pasto, com suplementação adequada; respeito ao bem-estar e a sanidade animal.

Conforme explica Plauto Demétrio Souza Jr., presidente do grupo, o objetivo da iniciativa é promover ações de marketing e apoiar a seleção para o caminho da sustentabilidade na atividade leiteira. Uma das iniciativas é a criação de uma certificação, através do IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico), para o grupo.  Em setembro de 2015, Souza Jr e Bento Mineiro, outro integrante do grupo, fecharam com o órgão um protocolo para dar sequência à certificação “uma ação que vai mudar os parâmetros de análises dentro do negócio”, segundo eles.

Um dos criatórios participantes do Grupo Gir Leiteiro Sustentável é o Sítio Rio Negro, localizado no município cearense de Guaramiranga, há cerca de 100 km de Fortaleza. O projeto, que é conduzido por Souza Jr e pela nutricionista Michaela Demétrio, sempre teve como mote o bem-estar animal e os cuidados com o meio ambiente. A propriedade está localizada na Mata Atlântica, e possui 23 ha, dos quais 40% é área de preservação. “O grupo surgiu justamente pensando no nosso modelo de manejo da propriedade”, conta Michaela.

A criação de Gir Leiteiro do Rio Negro começou há 5 anos, visando o melhoramento genético. Como a área é pequena para a produção de leite, o casal preferiu focar na qualidade, mas também apostou na diversificação e na integração de atividades. Atualmente, o rebanho é composto de 40 animais criados de forma 100% natural. O manejo é todo a pasto, sendo os piquetes no sistema rotacionado. “Uma vez ao dia, o gado se locomove até o estábulo para ser escovado e avaliado”, conta Souza Jr.

“O Sítio Rio Negro tem como meta harmonizar a natureza com os animais, a produção de derivados de leite, o cultivo de frutas e de flores, fechando o ciclo da sustentabilidade”, resume Michaela. O projeto garante a renda do casal. Do leite se produz queijo coalho, coalhada, ricota e doce de leite. As frutas, como a banana, são desidratadas, enquanto o cultivo de flores é orgânico, utilizando-se de compostagem e dejetos do gado.

O gado é criado a pasto, com bezerro ao pé por uma semana, sem o uso de qualquer aditivo. O bem-estar e a sanidade são prioridades. “Como nossa água contém excesso de ferro, que é extremamente oxidante e prejudica a imunidade animal, construímos um filtro especial que garante o teor correto de minerais”, ressalta Michaela, acrescentando que os animais tomam soro de leite diariamente, o que fortalece o sistema imunológico.

Leia a íntegra desta reportagem na edição de Balde Branco 617, de março 2016

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