Conhecer as causas da diarreia em bezerras leiteiras é vital para reduzir a mortalidade desses animais

Artigo de Cesar Aleixo

 Gerente de produtos Lácteos 

Cargill Nutrição Animal

Operíodo de aleitamento e desmame das bezerras é reconhecidamente crítico, pois os animais passam de uma alimentação 100% líquida (leite) para outra 100% sólida (ração e volumoso), num período de tempo relativamente curto (2 a 3 meses). Esta transição deve ser feita gradativamente, na medida em que o consumo diário de leite não é alterado durante o período de aleitamento e, o consumo de alimento concentrado é estimulado.

Em função deste desafio, a mortalidade de bezerras nesta fase de vida (nascimento à desmama) é bastante expressiva, chegando a 8,4% num levantamento feito em 1811 fazendas nos Estados Unidos, pela National Animal Health Monitoring System (NAHMS), em 1996. As principais causas (75%) desta mortalidade foram diarréia (curso) e problemas respiratórios, sendo que somente a diarréia foi responsável por 60% das mortes nesta fase. 

A diarreia ocorre quando o delicado equilíbrio entre o animal, o meio ambiente e os agentes etiológicos é rompido. As principais causas são os agentes infecciosos, como bactérias, vírus, protozoários e nutrição não apropriada.

A habilidade dos animais em controlar estes problemas, está relacionada com a extensão do estresse a que foram submetidos, sendo que as principais causas estressantes são:

  • nascimento em ambiente sem higiene compatível;

  • consumo inadequado de colostro nas primeiras 24 horas de vida;

  • administração de colostro de má qualidade;

  • fornecimento de sucedâneo de leite de má qualidade ou em quantidade acima do normal;

  • Presença de leite/sucedâneo no rúmen;

  • estabulação em ambientes sem higiene, com lotação exagerada e sem ventilação correta.

O sintoma clássico da diarréia é perda de águas via fezes, comum tanto quando a origem é nutricional ou microbiana. Juntamente com a perda de água, há excessiva perda de eletrólitos (sódio, cloro e potássio) e agentes fornecedores de energia, de forma que o animal pode desidratar muito rapidamente, entrando assim em um quadro de acidose metabólica, atingindo o estado de inanição e consequentemente vindo ao óbito.

A tabela abaixo mostra as diferenças normalmente encontradas no balanço eletrolítico de bezerros considerados sãos em comparação aos bezerros com diarreia:

Eletrólitos

Bezerras

Saudáveis

Bezerras

com Diarreia

. Sódio

+ 0,38

– 10,70

. Potássio

+ 1,31

– 3,00

. Cloro

+ 0,93

– 12,70

. Cálcio

+ 5,52

+ 1,00

. Magnésio

+ 0,34

– 0,26

  • gramas/dia  para animal de 45 kg peso vivo

  • Adaptado de Davis e Drackley (1998

O segredo para o sucesso do tratamento é a detecção breve do problema e, o fornecimento imediato de uma solução de reidratação oral contendo nutrientes e eletrólitos. A reidratação oral é o método de menor custo para corrigir os desbalanços hídrico e eletrolítico, originados em bezerras com diarreia.

 Se fornecido brevemente, logo no início do curso da doença, a taxa de sucesso deste procedimento pode ser superior a 95%. Somente deve ser considerado o uso de medicamentos quando a reidratação oral não parar a diarreia.

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