Instituições pretendem também criar cursos que possibilitem certificar propriedades em biosseguridade

Embrapa e Boehringer Ingelheim irão desenvolver protocolos de biosseguridade para fazendas leiteiras

Por Rubens Neiva – Departamento de Comunicação Organizacional Embrapa Gado de Leite

A Embrapa e a Boehringer Ingelheim, que desenvolve medicamentos veterinários, assinaram um contrato de parceria que visa o desenvolvimento de protocolos de biosseguridade em fazendas de leite. As equipes de pesquisadores e analistas das duas empresas estão desenvolvendo protocolos que assegurem proteção para os rebanhos e os trabalhadores, como o controle da ocorrência de doenças nos rebanhos. Essa iniciativa inédita visa promover a segurança do alimento que chega até na mesa do consumidor.

Para o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Gado de Leite, Bruno Carvalho, os protocolos irão definir o manejo correto das diferentes categorias de animais de um rebanho, que constituem o ponto sensível no processo produtivo, como bezerras, novilhas e vacas em produção.

“Cada uma dessas categorias demanda procedimentos específicos de manejo, como por exemplo, mantê-los isolados de animais domésticos e selvagens”, diz Carvalho. Segundo ele, também serão definidos padrões para o acesso de pessoas e veículos nas propriedades. “As fazendas leiteiras do pós-pandemia devem se preocupar com questões sanitárias, mantendo insumos e pessoas que entram nas áreas produtivas devidamente higienizados”.

O mesmo deve ocorrer com a aquisição de animais, quando cuidados extras terão que ser tomados: “É necessário utilizar quarentenários, realizar testes sorológicos e laboratoriais antes da entrada dos animais no rebanho”. Tudo isso, segundo Carvalho, irá assegurar maior sanidade às propriedades leiteiras, controlando ou erradicando uma série de doenças que podem infectar tanto o gado quanto as pessoas.

Os protocolos criados por pesquisadores e analistas da Embrapa e da Boehringer Ingelheim serão validados nas Fazendas Colorado e Santa Luzia. As duas propriedades são referência no setor e produzem, juntas, cerca de 120 mil litros por dia. Elas serão as primeiras propriedades a receber esta certificação em biosseguridade. Com os protocolos criados e adotados, as fazendas parceiras serão referências tecnológicas em biosseguridade e tanto Embrapa quanto Boehringer Ingelheim oferecerão cursos para técnicos e produtores interessados em aderir às práticas de biosseguridade recomendadas.

O Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, Pedro Arcuri, explica que os protocolos de biosseguridade irão preencher uma lacuna que ganhou urgência em tempos de pandemia e marca um novo modo de fazer pesquisa: “Iremos entregar ao Brasil uma contribuição que está sendo construída sob o conceito de Inovação Aberta, ou seja, juntando as competências das equipes da Embrapa e da Boehringer Ingelheim”.

“A adoção de protocolos de biosseguridade trará impactos positivos nas áreas ambiental, social e econômica”, diz o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins. Ele completa: “Com protocolos de biosseguridade implementados, haverá redução do uso de medicamentos e, consequentemente, dos seus resíduos; além da proteção da saúde dos trabalhadores e a garantia de produção de um alimento seguro”. Com a agregação de valor ao leite, conferido pela certificação, além da redução nos custos de produção, haverá ainda um impacto positivo na receita da propriedade.

 
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