Queda de temperatura e menor umidade do ar, como sempre ocorre no inverno, podem colocar em risco a saúde do rebanho, principalmente a dos animais jovens. Nesse caso, a prevenção se mostra eficaz

Por Romualdo Venâncio

As bezerras que nascem na fazenda Nossa Senhora dos Remédios, em Serra do Salitre-MG, são desmamadas quando atingem o dobro do seu peso de nascimento, ou seja, por volta dos 70 kg. A idade também influencia: nunca antes de 80 dias. Essa decisão tem impacto direto no desenvolvimento e na condição de saúde desses animais. “A mudança é grande, o que deixa as bezerras um pouco mais estressadas e suscetíveis a doenças, como a pneumonia”, diz Marília Guimarães Souza Torezan, que administra a propriedade com seu pai, José Gonçalves de Souza.

Diz que nesta época do ano, os cuidados precisam ser redobrados, pois é exatamente no inverno que crescem os riscos de doenças respiratórias, sobretudo, no gado jovem, cujas defesas naturais ainda são mais frágeis. Marília, que é engenheira civil, chegou à fazenda há cerca de um ano atendendo a um pedido do pai, que precisava de ajuda para a gestão da atividade leiteira. Acabou se encantando com o negócio. Apesar do pouco tempo na rotina diária da atividade, já admite que conhece o que é melhor para os animais.

Com o apoio dos profissionais que prestam assistência técnica à família, tem feito ajustes significativos no manejo. “Quando realizo a desmama das bezerras, não as deixo mais junto a outras de idade muito diferente. Agora, elas ficam separa¬das”, diz, acrescentando: “Na sanidade, prefiro optar pela prevenção, pois doenças respiratórias são oportunistas”. A proteção em relação ao complexo chamado de DRB (doenças respiratórias bovinas) é fortalecida com o uso preventivo de antibióticos à base de tilmicosina.

A consultora técnica da área de ruminantes da Elanco, Maria de Meireles Reis, concorda que a fase de cria é mesmo mais desafiadora na prevenção de DRB. Além dos agentes causadores (vírus e bactérias) dessas enfermidades, ela destaca a importância de fatores predisponentes, como falhas na oferta de colostro aos bezerros, mudanças climáticas, baixa ventilação no ambiente, superlotação das instalações, formação de lotes com animais de idades muito diferentes, entre outros. “Tudo isso pode causar estresse e depressão da imunidade, favorecendo a proliferação dos patógenos”, alerta.

Como forma de evitar ou amenizar situações estressantes, cerca de dez dias antes do desmame, a produtora Marília reduz de duas para uma a oferta diária de leite – serve apenas pela manhã – e inclui ração e silagem na dieta dos animais. “A comida fica à disposição para que comam à vontade”, diz ela, certa de que a adaptação vai acontecendo naturalmente, de acordo com as características de cada bezerra.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 633, de julho 2017

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