Prenha ou vazia? A resposta pode estar na análise do leite ordenhado, através do método que avalia a presença de glicoproteínas. É simples e prático


Por Luiza Maia

Para aprimorar o programa reprodutivo da Agropecuária Régia, em Palmeira- PR, o criador Marcos Epp incorporou há mais de um ano um método de diagnóstico precoce de prenhez feito a partir do leite coletado ali mesmo durante a ordenha. A análise, que é realizada todos os meses em cerca de 200 vacas, é feita nas mesmas amostras encaminhadas para as análises de células somáticas, gordura e proteína.

“É um processo muito simples. Eu só coleto o leite de manhã, durante a ordenha, e no final da tarde já tenho o resultado. A vaca não sofre o estresse de ser separada em manejo ou mesmo ser fechada na canga para ser palpada”, explica Epp.

O diagnóstico de gestação é um método que avalia a presença de glicoproteínas associadas à prenhez (GAP) no leite. “Quando a vaca fica prenhe, passa a produzir essa proteína em níveis mais elevados, podendo ser identificada no leite a partir do 28º dia de gestação”, explica o médico veterinário Avelino Manoel Corrêa, supervisor de controle leiteiro da APCBRH-Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa.

A entidade passou a prestar o serviço em setembro de 2015 e atualmente analisa cerca de 2.000 amostras por mês provenientes de 120 propriedades do Paraná e de Santa Catarina. O teste foi desenvolvido como uma ferramenta para a identificação precoce de vacas prenhas e reconfirmação da prenhez ao longo do período gestacional.

A medida pode auxiliar todos os profissionais envolvidos com o programa de reprodução da fazenda a obter resultados zootécnico-econômicos satisfatórios. “A detecção precoce da gestação é, sem dúvida, uma das tarefas mais importantes em uma propriedade, pois vacas vazias em rebanhos leiteiros são sinônimos de baixa eficiência reprodutiva”, afirma Corrêa.

A opinião é compartilhada pelo pesquisador Paulo Fernando Machado, diretor da Clínica do Leite, vinculada ao Departamento de Zootecnia da Esalq/USP, de Piracicaba-SP, onde foram analisadas 3.500 amostras de 233 produtores, desde julho de 2014. “A maior eficiência no manejo reprodutivo tem como consequência a redução de perdas financeiras na propriedade”, afirma.

Os prejuízos podem ser contabilizados através do aumento de intervalo entre gestações, menores taxas de prenhez, redução do número de bezerros nascidos e da própria produção leiteira.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 633, de julho 2017

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