Uma das maiores fazendas produtoras de leite do País ajusta a reprodução do rebanho, melhora índices para atingir em breve 55 mil litros diários

Por Luiz H. Pitombo

De um lado estão terras a perder de vista cultivadas com cenoura; de outro, as com alho. Em meio a elas, espaço suficiente entre os pivôs de irrigação para um sistema de produção de leite em free-stall com desempenho similar ao das melhores fazendas norte-americanas. Localizada no Cerrado mineiro, a noroeste da capital do Estado, em Rio Paranaíba, a área pertence à Sekita Agronegócios, que iniciou a produção leiteira para se articular de maneira integrada ao cultivo de hortaliças e ganhou especial destaque com o trabalho.

Em sua curta trajetória, atingiu aumentos marcantes no volume ofertado e na produtividade, considerando que os primeiros animais chegaram à propriedade em 2008. No ano seguinte, com o início das construções, a produção diária foi de 6.117 litros de leite com média de 14,26 litros por animal, enquanto em abril deste ano seus tanques receberam 52.200 litros/dia com média de 36,08 litros/vaca, com crescimentos de 753% e 153%, respectivamente. O teor de gordura tem ficado em 3,7%, e o de proteína, em 3,2%, ao passo que a contagem de células somáticas fica em torno de 200 mil, e a contagem bacteriana total, em 5.000.

Atualmente, com rebanho próprio já estruturado de 3.740 cabeças da raça Holandesa, todo ele avaliado e trabalhado através da genômica, deverá nos próximos meses atingir 1.500 animais em lactação com projeção de fechar o ano com média de 55.500 litros de leite/dia e 37,6 litros/ vaca. Com isso, a lotação dos barracões para animais em produção estará completa e se estabilizará, devendo ter início a comercialização de fêmeas excedentes, que se somará à de embriões e tourinhos, que já acontece.

Um passo determinante para que as metas se concretizassem aconteceu a partir de 2014, com o estabelecimento de uma rigorosa rotina de trabalho na área da reprodução que, aliada às preocupações constantes com sanidade e conforto, fizeram com que a taxa média anual de concepção saísse de 27% para 34% em 2016, e a de prenhez, de 16% para 24%. “Desconheço fazendas que, em pleno verão, como ocorreu em janeiro e fevereiro, apresentem taxas elevadas de concepção de 34% e 39%, além de boa produção”, salienta o médico veterinário José Luiz Moraes Vasconcelos (Zequinha), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp/Botucatu-SP.

Como os índices reprodutivos não estavam satisfatórios, ele foi chamado à propriedade para verificar e discutir o que vinha ocorrendo. Após avaliação sugeriu uma rotina que passou, dentre outros aspectos, a suprimir muitas das exceções que resultavam na não-inseminação de fêmeas, como a de estar mancando na ocasião. “O animal entra no protocolo de inseminação artificial em tempo fixo e vai até o final, dando oportunidade para que todas as vacas sejam inseminadas o quanto antes”, diz.

Também foram adotados procedimentos desenvolvidos por seu grupo de pesquisa, com Vasconcelos destacando como diferencial da equipe de pecuária do grupo “o pensar, planejar e cumprir com determinação o que foi programado, recorrendo a tecnologias que trazem resultados”.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 632, de junho 2017

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