Ainda que o rebanho não apresente sintomas claros da doença, pode haver perdas. Para evitá-las é necessário se antecipar ao ataque de endoparasitas cuidando dos animais e do ambiente

Por Romualdo Venâncio

As verminoses gastrointestinais, doenças causadas por nema­toides, estão entre os maiores problemas enfrentados pelos pecuaristas no que diz respeito a parasitas. Estudos de 2013 já mostravam que, no caso da produção de leite, o Brasil perde cerca de 4,25 bilhões de litros por ano devido a essas enfermidades, o que representa um potencial prejuízo anual de US$ 1,87 bilhão, ou algo próximo de R$ 5,80 bilhões.

Esses dados foram apresentados pelo médico veterinário Laerte Grisi, que foi professor da Universidade Fe­deral Rural do Rio de Janeiro e chefiou o Departamento de Parasitologia Ani­mal do Instituto de Veterinária daquela instituição. Por mais impactantes que sejam esses números, não há garantias de que vão influenciar a rotina diária de muitas fazendas, pois menos de 10% do rebanho apresenta – quando acontece – sintomas claros de terem sido acometidos por verminoses.

De maneira geral, a pelagem é o indicador mais evidente. “O produtor deve ficar atento aos animais com pelos opacos, longos demais e arrepiados, quebradiços ou caindo”, orienta José Carlos Ribeiro, consultor agropecuário da Boi Saúde. No caso da pecuária leiteira, o contato mais direto com os animais todos os dias facilita a identi­ficação dos sinais. E o produtor deve mesmo se preocupar, pois quando detecta tal quadro é porque as compli­cações já se espalharam pelo rebanho e estão comprometendo a lucratividade da fazenda. “É um problema silencioso”, afirma Ribeiro.

O consultor comenta serem míni­mos os casos de animais mortos por causa das verminoses. “Precisam estar fragilizados demais para chegarem a tal ponto.” Mas é muito comum o rebanho sofrer atraso no crescimento, queda de produção, problemas reprodutivos e en­fraquecimento do sistema imunológico. Esse último impacta diretamente nos níveis de qualidade do leite da fazenda, pois com a redução das defesas das vacas tendem a aumentar os índices de contagem de células somáticas e da contagem bacteriana. “Diferentemente do gado de corte, em que o pecuarista pode tomar alguma providência para o boi recuperar o ganho de peso, o leite que se perde por conta da sanidade não retorna”, compara.

A preocupação com produção e ren­tabilidade é permanente. “No caso da Agrindus é ainda maior, pois estamos em uma região onde o custo da terra é muito alto e temos de proteger nosso rendimento por hectare”, afirma Rober­to Jank Júnior, diretor da fazenda de leite que está localizada em Descalvado-SP e já al­cançou rendimento de 36 mil litros de leite por ha/ano, muito acima da média nacional, que é de 1,5 mil l/ha/ano. A Agrindus tem um reba­nho de 3.800 fêmeas da raça Holandesa, das quais, 1.700 em lactação produzindo diariamente, em três ordenhas, 60 mil litros de leite tipo A.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 630, de abril 2017

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