Essas gramíneas do gênero Cynodon têm expandido seu uso em pastos rotacionados e exigem cuidados quanto à infestação de plantas indesejáveis para seu bom rendimento. Veja como fazer

Por Luiz H. Pitombo

No Brasil, uma das razões mais comuns para o baixo desempenho das pastagens está na elevada presença de plantas que disputam espaço, nutrientes, luminosidade e água com as forrageiras. A depender da espécie invasora poderão também causar o envenenamento dos animais, servir de abrigo a parasitas externos ou provocar injúrias no úbere das vacas quando dotadas de espinhos. Sua presença igualmente deprecia a qualidade nutricional do pasto e o valor de mercado de seu feno, quando produzido.

A forma de combate predominante é a mecânica, por exemplo, através de tratores com roçadeiras, ou manual por foice, o que têm suas limitações. Por sua vez, o controle químico ainda pode trazer dúvidas e resultados abaixo do esperado, como no caso do tifton e do jiggs, por diferentes fatores, como aponta o engenheiro agrônomo Ronan Pádua Silva, que atua com pecuária e produção de grãos na consultoria mineira Via Verde.

Com mestrado na área de pastagens, ele comenta que muitas vezes acontecem falhas no campo quando da escolha do princípio ativo a utilizar, e quanto a suas dosagens e ao momento correto de aplicar em função das invasoras que se deseja combater e seu estágio de desenvolvimento, o que vale igualmente para outras forrageiras.

Apesar das limitações, o agrônomo defende o maior uso do controle químico no tifton e no jiggs e outras pastagens, avaliando que na maioria das vezes o custo/ benefício tende a favorecer os herbicidas em relação ao mecânico e manual. Ele considera que os preços dos produtos são acessíveis e calcula que os gastos totais possam ficar em torno de R$ 230/ha/ano para o combate às invasoras em um pasto já implantado. Por sua vez, estima que um trabalhador com roçadeira costal custaria perto de R$ 240 a R$ 360/ha/ano (2 a 3 dias por R$ 120 a diária).

Silva destaca igualmente a maior efetividade no combate em relação ao processo mecânico ao longo do tempo resultando em gastos menores. O controle inicial de ambos atinge a faixa de 70% a 80% das invasoras presentes, mas com os herbicidas a reinfestação no ano seguinte fica entre 20% a 30% do que havia antes, com as reduções persistindo nos anos seguintes. Já com as roçadas, conta que a tendência é de no mínimo se retornar ao nível de infestação anterior, mas que em muitos casos ocorre um aumento devido ao espalhamento de sementes ou restos culturais dessas plantas que tenham potencial de germinação ou rebrota, respectivamente.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 630, de abril 2017

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