Começa o período dos temidos raios

Durante o verão principalmente, a incidência de raios é elevada. Os bovinos estão sempre entre as vítimas, já que o meio rural concentra 25% dos casos fatais

Por Luiz H. Pitombo

A primavera e principalmente o ve­rão são as estações com maior incidência de raios. Segundo o INPE-Instituto Nacional de Pes­quisas Espaciais, em média são registrados perto de 78 milhões de raios ao ano no País. Aponta também que os fenômenos climáticos El Niño e La Niña influenciam muito mais do que se imaginava a ocorrência dos raios. Estes acontecem em função das chuvas, e o Brasil é tido como campeão mundial dessas ocorrências.

Com a atual metodologia, os dez estados com o maior volume de raios por km² ao ano são Tocantins (17,1/km²/ano), Amazonas (15,8), Acre (15,8), Maranhão (13,3), Pará (12,4), Rondônia (11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo (5,2). Considerando o período de 2000 a 2014, foram registra­das 1.792 mortes de pessoas por raios, sendo 25% no meio rural ao ar livre.

Classificadas entre os principais fenômenos destrutivos da natureza, somando-se a isto sua capacidade em gerar incêndios, estas descargas elétricas atmosféricas com origem nas nuvens chegam a durar menos de um se­gundo, mas possuem milhões de volts e mais de 100 mil ampères. A monstruosa faísca gerada adquire for­matos que impressio­nam e ganham ainda maior impacto através dos trovões, com seus estalos muito fortes, causados pelo des­locamento do ar em função do rápido aquecimento.

Em terras elevadas, ocasionalmen­te, eles podem surgir do solo para as nuvens, mas o mais comum são os que ocorrem dentro da própria nuvem, entre duas nuvens ou destas ao solo. A terra, com polaridade negativa, é o ponto de atração para esta descarga elétrica, que inevitavelmente irá procurar a maneira mais rápida e fácil de atingir este objetivo. Daí os alvos preferidos serem aqueles mais próximos, como árvores, topo de construções, antenas de TV, alto de morros e montanhas, além de ob­jetos metálicos, que são excelentes condutores.

Os problemas que causam aos seres hu­manos, animais e insta­lações poderão acontecer de diferentes maneiras. A mais grave é a incidência direta do raio, por exem­plo, numa árvore ou cerca do pasto que a eletrificará podendo causar a morte em caso de contato. Mas por outro lado, quando um raio incide em um terreno qualquer, esta descarga elétrica se propagará no entorno por muitos metros podendo ai também ele­trificar cercas, o solo e outros, atingindo pessoas e animais.

Com o terreno molhado e suas pa­tas bem aterradas ao chão, os bovinos em campo são grandes vítimas nestas situações, o que acontece também quando buscam refúgios em árvores que poderão ser atingidas. A energização de cercas longas, por exemplo, também pode acontecer mesmo sem a ocorrência de um raio nas proximidades, quando nuvens muito carregadas de eletricida­de a induzem a estes fios ou a outros objetos metálicos, a depender do teor de unidade do ar.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 637, de novembro 2017

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