Projeto voltado para a capacitação de estudantes e melhoria da qualidade do leite, desenvolvido pela Escola de Veterinária da UFMG, completa 15 anos


Por Mônica Salomão

Iniciado na mesma época em que começaram as discussões no ambiente formal da indústria de laticínios, na fiscalização pública e também na academia sobre quais deveriam ser os contornos para melhorar a qualidade do leite no Brasil, o programa Unileite comemora seu 15º aniversário. O projeto, desenvolvido pela Escola de Veterinária da UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais, sempre teve entre suas propostas a preparação de estudantes para o mercado e o treinamento de produtores e ordenhadores para produção de leite com controle e segurança.

Com esse foco, o Unileite contabiliza até hoje 27 municípios e 258 propriedades assistidos, 11 dias de campo com média de 300 produtores por edição, 12 ciclos de palestras, 470 ordenhadores treinados, 174 palestras em eventos de extensão e 281 estudantes capacitados. À frente das ações desde o início está o professor Lívio Molina, que explica que o trabalho se divide em etapas. “A primeira tem como base a consciência do produtor de que ele precisa mudar; outra está na sensação positiva de fazer o que foi pro¬posto e efetivamente fazer”, diz.

E continua: “Trazendo essa meta para o âmbito da mastite, o que se sabe hoje é que não basta apenas aplicar conceitos técnicos. É preciso que o produtor aceite o desafio de combater a doença e inspire sua equipe do ponto de vista emocional, comportamental e com provisão de recursos”. Nesse sentido, conta que a condução do projeto depende de um diagnóstico feito juntamente com o produtor, antes de iniciar o trabalho na fazenda. “Com essa postura, o projeto conquista maior permissão para trabalhar”, conta ele.

Além disso, a adoção de princípios modernos de gerenciamento de empresas, a partir de estratégias que contemplam painel de qualidade, planos de ação e procedimentos operacionais padronizados, passaram a ser incorporados à metodologia do Unileite como forma de profissionalizar cada vez mais o projeto de extensão. “O objetivo dos graduandos é mostrar que algumas práticas do pro¬dutor podem e devem ser alteradas para se obter, por exemplo, maior controle de mastite e menor contagem de células somáticas no leite produzido. E com isso, melhorar sua qualidade”, diz ele.

Para ilustrar, menciona a tese do pesquisador Juan Esguerra, que mostrou que aqui no Brasil 62% da variação de contagem de células somáticas se deve à atitude do produtor. Até por isso mesmo o trabalho se inicia com respostas do produtor a algumas questões, do tipo: Qual é o nível de conhecimento sobre a mastite? Você acredita que pode vencer a mastite? Você foi bem-sucedido em outras iniciativas para combater problemas? “Se as respostas forem positivas, fica diagnosticado que o produtor é capaz de combater a mastite de forma eficaz”, cita Molina.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 632, de junho 2017

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