Dieta equilibrada e um adequado manejo alimentar podem contribuir para a boa ruminação e fazer com que a vaca revele todo o seu potencial produtivo

Por Luiz H. Pitombo

Um seleto grupo de pesquisadores, na maioria estrangeiros, relatou estudos e experiências na vigésima edição do tradicional curso Novos Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos, realizado em Uberlândia-MG e promovido por alunos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp/ Botucatu -SP, reunindo perto de 2 mil participantes, em março último. A coordenação das atividades esteve por conta do médico veterinário José Luiz Moraes Vasconcelos (professor Zequinha).

Dentre os temas que mais chamaram a atenção esteve o do pesquisador canadense Trevor DeVries, da Universidade de Guelph, de Ontário, que apresentou estudos sobre os hábitos espontâneos das vacas leiteiras ao se alimentarem e também sobre como as instalações e o manejo implantados nas propriedades interferem na ingestão da ração e no desempenho animal.

Ele disse que antigamente as pesquisas focavam principalmente os nutrientes das dietas e que, apesar dos avanços, ainda existem muitos desafios a serem superados. “Os estudos mais recentes têm indicado outros elementos que desempenham igualmente papel importante, ou seja, como e quando as vacas se alimentam, o quê de fato ingerem ou deixam de lado, além de fatores relacionados à ruminação”, citou.

No ambiente natural, explicou que as vacas leiteiras costumam pastejar de 4 a 5 horas ao dia, tempo este preenchido por várias pequenas refeições ao longo do período, mas com as maiores acontecendo no início da manhã e ao fim da tarde. Nos sistemas intensivos, com a ração fornecida no cocho, disse que os levantamentos mostram que a ingestão diária de matéria seca acontece em até 6 horas divididas em sete ou mais pequenas refeições.

“O manejo faz com que os animais adultos consumam um número menor de refeições, mas com maior volume e rapidez, onde existe a menor produção de saliva e seu efeito tamponante proporcionando maior incidência de acidose ruminal subaguda”, salientou DeVries. Assim, indicou que uma prática importante para maximizar a saúde ruminal, a produtividade e a eficiência é se adotar estratégias de manejo alimentar que promovam um consumo mais frequente de ração em refeições menores ao longo do dia.

Baseado especialmente em padrões de hábitos alimentares de animais a pasto, disse que as maiores atividades nutricionais identificadas ocorrem ao nascer e ao por do Sol. Contudo, o pesquisador canadense afirmou que em vários estudos, ao contrário do pastejo em que a alimentação é influenciada pelo período do dia, com a ração total em animais confinados estes podem se alimentar durante todo o tempo, embora os maiores volumes sejam ingeridos logo após o fornecimento da ração fresca e não são influenciados pelo horário da ordenha.

No manejo do cocho disse que é importante manter sempre ração a disposição, empurrando-a para perto dos animais nos casos do freestall para que tenham acesso a ela sempre que sintam vontade e não propriamente para estimulá-las a comer, como o quê ocorre com a ração nova. “Se ficar muito tempo sem acesso a ração, quando ela chegar acontecerão comportamentos agressivos indesejáveis e comerão muito de uma só vez”, comentou.

Leia a íntegra desta reportagem na edição Balde Branco 619, de maio 2016

 

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