Animais passam por três fases alimentares distintas, que exigem atenção do pecuarista para garantir lucratividade

Alimentação das bezerras leiteiras impacta diretamente na produtividade da fazenda, alerta Minerthal

O pecuarista leiteiro precisa estar atento a todas as fases de desenvolvimento do animal, para garantir a produtividade da propriedade e, consequentemente, o lucro. Um dos pontos de cuidado na criação das bezerras é a alimentação, que visa certificar um bom desenvolvimento e evitar possíveis prejuízos no futuro.

No ciclo de vida, as bezerras passam por três fases alimentares distintas até se tornarem completamente ruminantes, sendo que cada uma delas requer um manejo nutricional ao momento vivido pelo animal.

“Ao nascer, o sistema digestivo dos ruminantes se assemelha fisiologicamente aos dos animais monogástricos. Até a terceira semana de vida, a bezerra é considerada um pré-ruminante pelo desenvolvimento funcional apenas do abomaso”, explica Letícia dos Santos, analista de Produtos na Minerthal.

O primeiro alimento que deve ser ingerido pelas bezerras após o nascimento é o colostro obtido na primeira ordenha da vaca depois do parto. Este primeiro contato da bezerra com a dieta líquida tem como objetivo a imunização do animal. Isso porque o teor de imunoglobulinas presente no colostro atua na defesa do organismo contra agentes patogênicos.

Além da função primária que é a proteção, o colostro fornece ainda energia e reservas importantes de vitaminas e minerais aos recém-nascidos.

Para que o processo de colostragem seja bem realizado e resulte em boa imunização e redução da mortalidade de bezerros nesta fase, três pontos devem ser considerados: tempo de fornecimento, volume de fornecimento e qualidade de colostro.

“Durante este período de pré-ruminante, a dieta líquida pode ter como base o leite integral, o colostro excedente, o leite de descarte e o sucedâneo, sendo que do segundo dia após o nascimento em diante é ideal fornecer o volume correspondente a no mínimo de 10% do peso vivo da bezerra de leite ou algum destes outros compostos, dependendo se é sistema convencional de aleitamento ou sistema intensivo”, destaca a analista de Produtos.

Fase de transição

Após a fase de pré-ruminante ocorre o estágio de transição, sendo caracterizado quando a bezerra tem de três a oito semanas de idade. Neste momento há introdução aos alimentos sólidos na dieta que auxiliam na formação da microbiota ruminal, desenvolvimento da musculatura e produção dos Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC), que induzem o desenvolvimento físico e funcional do rúmen.

“É aconselhável nos primeiros dias de vida, após o fornecimento de leite, colocar ração na boca do animal para influenciar o consumo. O concentrado é importante, uma vez que acelera o desenvolvimento do rúmen fazendo com que as bezerras se tornem aptas a digerir o volumoso mais rapidamente”, pontua Letícia.

O foco principal no fornecimento de dieta sólida é conseguir fazer com que os bezerros consumam a alimentação, com atenção para o volume de fornecimento de dieta líquida (leite); tamanho da partícula dos alimentos; fornecimento de volumoso à vontade; cochos adequados (altura, tamanho, limpeza, etc); acesso a água fresca, morna e limpa e a ausência de competição entre os animais.

Segundo a analista de produto, alguns itens devem ser levados em consideração no momento da escolha do concentrado que será fornecido. “É importante que o produto seja altamente palatável e possua teores de Proteína Bruta por volta de 20% e valores de cerca de 80% de energia e conter valores de vitaminas e minerais recomendados pelo NRC, além de conter aditivo que auxilie na prevenção de diarreia e melhora da fermentação ruminal e não contenha ureia”.

“A fonte de volumoso ideal a ser fornecida às bezerras é o feno, de boa qualidade, ou o capim verde. Não se recomenda fornecer silagem ou cana mais ureia para animais de até 100 dias de vida”, reforça ela.

Fase ruminante

A fase após o período de transição é caracterizada quando ocorre o desaleitamento, momento em que a bezerra já estiver ingerindo quantidade significativa de dieta sólida e ruminando regularmente, apresentando padrões normais de ruminação.

“O consumo de concentrado deverá ser gradativo, sendo que após o corte de fornecimento de dieta líquida, consequentemente redução do hábito de mamar, a bezerra tende a aumentar o consumo de concentrado de 500 gramas/bezerra/dia para 2 kg/bezerra/dia”, explica Letícia.

Existem alguns critérios que podem ser adotados para proceder com o desaleitamento, como:

  • Consumo de 600 a 800 g de concentrado por três dias consecutivos;
  • Data fixada – Ex: 60 dias de idade;
  • Peso fixado – Ex: 80 kg, 90 kg;
  • Dobrar o peso ao nascimento

“Após o desmame, as bezerras entram na fase de recria, passam a ser tratadas como novilhas e com a nutrição adequada para entrarem nestas fases possivelmente estarão saudáveis e aptas a reprodução o quanto antes”, finaliza a analista.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Minerthal

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