O semiárido mineiro adota um programa para combater a seca a partir da utilização da palma forrageira na dieta bovina. Testes definirão espécies mais adequadas para cada região


Com o título de “Palmas para Minas”, foi lançado no último dia 30 de junho, em Montes Claros- MG, o programa de incentivo ao cultivo da palma forrageira para a região norte do Estado, no chamado polígono da seca. Trata-se de uma parceria entre a Faemg-Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais e o Senar-Minas, com apoio de 15 entidades do setor, voltada para criar alternativas e potencializar a pecuária leiteira no semiárido, seguindo os mesmos preceitos adotados em algumas regiões do Nordeste.

Além de Montes Claros, o programa deverá envolver Jequitinhonha, Vale do Mucuri e parte do Rio Doce. Segundo o analista de agronegócios da Faemg, Caio Coimbra, “além de ser uma reserva de água, a palma forrageira pode ser usada em grande percentual para substituir o milho, estabelecendo menor dependência da oferta dos grãos e redução do custo de produção. A planta é tolerante à seca e tem provado sua viabilidade como opção alimentar para o gado em áreas marcadas por períodos prolonga¬dos de seca.

Sua informação tem como base a necessidade hídrica do milho, cujo ciclo exige um mínimo de 600 mm de água para sua formação. “Isso é praticamente impossível no norte mineiro ou muito arriscado. Até o sorgo, que é menos exigente, tem problemas no cultivo. Se não contar com irrigação, essas culturas não acontecem”, adverte. Segundo Coimbra, as primeiras ações do Programa terão início imediato, com estudo e desenvolvimento de matrizes mais adequadas às especificidades de cada região.

As mudas serão cultivadas em viveiros do programa e disponibilizadas para pecuaristas e produtores que atuarão como multiplicadores das cultivares. A expectativa é de que a comercialização tenha início em aproximadamente dois anos. “O Senar-Minas fará a capacitação de técnicos e orientação dos produtores para disseminação da tecnologia. Estão previstas palestras, seminários e dias de campo em diversos municípios da região divulgando as vantagens da cultura e como participar do programa”, conta.

Para a escolha da palma forrageira prevaleceu a experiência acumulada com sua utilização na pecuária leiteira nordestina na alimentação de bovinos, caprinos e ovinos. As mesmas variedades existentes por lá deverão ser testadas em Minas, com o cuidado de se identificar as condições de solo, clima e topográficas mais favoráveis para cada uma delas. “Nesse sentido, são várias as linhas de pesquisa para adequar as plantas a cada região, a cada fazenda”, cita, explicando que os experimentos levarão em conta a carência de água e a resposta de adubação em tal condição.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 634, de agosto 2017

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