De 2005 a 2015, a atividade leiteira deu sinais de maior eficiência, com rebanho crescendo 19% e o volume em 57%. Na região Sul estão os principais destaques

Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina e São Paulo são os estados que mais produ­zem leite no País. A estimativa é que juntos proporciona­ram um volume total de 28,1 bilhões de litros em 2015, representando 80% do leite nacional. Em 2005, a produção somada desses seis estados era de 17,9 bilhões de litros de leite, o que significava 73% do total. Quer dizer, aumentou a importância desses seis estados na produção total.

Outro indicador: em 10 anos a atividade leiteira se espe­cializou, com crescimento de 19% do rebanho de vacas orde­nhadas e de 57% da quantidade de leite produzido. Na figura 1 observam-se os percentuais de crescimento do rebanho e da produção de leite. Na figura 2 estão os números de volume de leite produzido em 2005 e em 2015.

O crescimento do rebanho, em termos percentuais, foi maior no estado de Santa Catarina, de 53%, e a produção de leite dobrou no período, passando de 1,6 bilhão para 3,1 bilhões de litros de leite (figuras 1 e 2). No Rio Grande do Sul, o volume de leite também dobrou, passou de 2,5 bilhões para 5,0 bilhões, enquanto a incorporação de vacas ordenhadas foi de 28%. O Estado do Paraná também teve um grande crescimento na quantidade de leite produzida, saindo de 2,6 bilhões para 4,8 bilhões em 2015, enquanto o rebanho aumentou 27% no período.

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Minas Gerais, que é o maior estado pro­dutor de leite, cresceu em volume 38%, o que representou um acréscimo de 2,6 bilhões de litros, que é a maior variação absoluta quando comparado com outros estados brasileiros. Essa grande capacidade de crescimento da produção foi semelhante ao desempenho do Rio Grande do Sul, com acréscimo de 2,5 bilhões, e do Paraná, com 2,2 bilhões de litros. Já o rebanho leiteiro do Estado de Goiás aumentou 14%, en­quanto a produção de leite, 40%, o que significa 1,1 bilhão de litros em 10 anos, ou cerca de 107 milhões de litros por ano.

Entre os estados que mais produzem leite no País, São Paulo teve pequena mudança no volume produzido. Em 2005 produzia 1,7 bilhão e, em 2015, passou a 1,8 bilhão de litros de leite. Apesar do pequeno crescimento do volume, ocorreu melhora dos sistemas de produção em consequência da redução em 21% do rebanho de vacas ordenhadas, aumento em 6% da pro­dução e a produtividade por animal passou de 1.066 litros/vaca/ano para 1.435 litros/vaca/ano, que é um incremento de 34% em produtividade.

Algumas regiões do Sul dobraram a produ­ção
Os melhores índices de produtividade por animal ocorreram no Rio Grande do Sul, que obteve média de 3.246 litros/vaca/ano, com crescimento de 58% no período citado. A média de produção por vaca em 2015 foi muito semelhante no Paraná, com 2.800 litros/vaca/ ano, e em Santa Catarina, com 2.830 litros/ano. Minas Gerais, com produtividade de 1.643 litros/vaca/ano teve índice pouco superior à média brasileira, que foi de 1.525 litros.

Na tabela 1 se observa as mesorregiões mais produtoras nos estados com maior volume de leite. Estão em destaque no mapa, 16 mesorregiões que produziram 19,1 bilhões de litros de leite em 2015, ou seja, 53% do leite brasileiro. O aumento de volume dessas mesorregiões, durante os 10 anos, equivale a uma média anual de 799 milhões de litros.

No Rio Grande do Sul, 67% do leite foi oriundo do Noroeste gaúcho, que produziu 3,3 bilhões de litros em 2015. Esse volume é mais do dobro do que foi produzido em 2005, 1,5 bilhão de litros. A diferença, que representou o acréscimo no leite gaúcho de 1,8 bilhão de litros, é equivalente à incorporação diária de um produtor de leite de 507 litros na mesorregião.

Em Santa Catarina, a mesorregião do Oeste catarinense produziu 2,4 bilhões de litros por ano, que representou 75% da produção de todo o Estado. O crescimento da produção de leite na mesorregião foi de 114% em relação a 2005 (tabela 1). É como dizer que surgiu a cada dia um produtor de 345 litros durante 10 anos.

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No Paraná, duas mesorregiões produziram mais de 1 bilhão de litros de leite em 2015, que foram o Oeste e o Sudoeste do Estado. Outras duas mesorregiões que também se destacaram no leite foram a Centro-Oriental e o Centro-Sul, com volume de 635 milhões de litros em cada uma delas. No conjunto, as quatro mesorregiões produziram 3,5 bilhões de litros, que representou 74% da produção estadual. Na mesorregião Centro Orien­tal, a produtividade média por vaca ordenhada foi de 4.765 litros/ano, que traduz o melhor índice no País.

Minas Gerais, que produz anualmente 9,5 bilhões de litros de leite, tem como áreas de maior concentração o Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, com 2,5 bilhões de litros, e o Sul/Sudoeste de Minas, com 1,5 bilhão de litros. Na mesorregião Central Mineira e no Vale do Rio Doce, o volume foi em média de 890 milhões de litros/ano. Nas quatro mesorregiões destacadas foram produzidos 60% do leite mineiro.

Das mesorregiões do Estado de Goiás, destaca-se o Sul, com 1,9 bilhão, e o Centro, com 1,1 bilhão. Juntas produziram 81% do leite do Estado. No Estado de São Paulo, quatro mesorregiões produziram 1,1 bilhão de litros de leite, com média de 260 milhões de litros em cada uma delas, que foram: Campinas, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e Presidente Prudente. Em 10 anos, a mesor­região de São José do Rio Preto apresentou redução da produção de leite de 94 milhões de litros, passando de 374 milhões para 279 milhões em 2015, equivalente ao desaparecimento semanal de um produtor de 176 litros.

Os seis citados estados com maior volume de leite passaram a produzir cerca de 8 bilhões de litros de leite em 10 anos, volume equivalente a 3,5 vezes a produção do Uruguai e a 71% da produção da Argentina, que são os dois países mais exportadores de lácteos para o Brasil. Esses dados mostram que o Brasil tem grande capacidade de crescimento para atuar no mercado internacional. Então, qual é a proposta do setor para ser reconhecido como um dos setores mais importantes do agronegócio brasileiro?

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